Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

“Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável” foi o tema escolhido para a décima sexta edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) em 2019, que ocorrerá entre os dias 21 e 27 de outubro em todo o País. A motivação para essa escolha baseia-se, dentre outros motivos, na busca pelo desenvolvimento sustentável do Brasil representada pela bioeconomia e na sua relação com a Agenda 2030, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Exatamente por sua transversalidade, a bioeconomia possui relação direta com ao menos 10 dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), sendo eles:

  • ODS 2: Fome Zero;
  • ODS 3: Boa Saúde e Bem-Estar;
  • ODS 6: Água Limpa e Saneamento;
  • ODS 7: Energia Acessível e Limpa;
  • ODS 8: Emprego Digno e Crescimento Econômico;
  • ODS 9: Indústria, Inovação e Infraestrutura;
  • ODS 12: Consumo e Produção Responsáveis;
  • ODS 13: Combates as Alterações Climáticas;
  • ODS 14: Vida Debaixo D’água; e
  • ODS 15: Vida Sobre a Terra.

Mas afinal, o que é Bioconomia?

A Bioeconomia é o resultado de uma revolução inovativa na área das ciências biológicas relacionada à invenção, ao desenvolvimento e ao uso de produtos e processos biológicos nas áreas da biotecnologia industrial, da saúde humana e da produtividade agrícola e pecuária. Segundo o Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Bioeconomia (PACTI Bioeconomia), documento norteador do MCTIC para o desenvolvimento científico e tecnológico da Bioeconomia no País, ela pode ser definida como:

“O conjunto de atividades econômicas baseadas na utilização sustentável e inovadora de recursos biológicos renováveis (biomassa), em substituição às matérias-primas fósseis, para a produção de alimentos, rações, materiais, produtos químicos, combustíveis e energia produzidos por meio de processos biológicos, químicos, termoquímicos ou físicos, promovendo a saúde, o desenvolvimento sustentável, o crescimento nacional e o bem-estar da população.” (MCTIC, 2018)

Transversal, o tema interage com aspectos fundamentais da sobrevivência humana, a exemplo do desenvolvimento de sistemas produtivos sustentáveis e circulares que garantam, de forma integrada, as seguranças hídrica, energética e alimentar. Tudo isso, obviamente, focando na redução ou mesmo reversão de impactos ambientais, em ganhos sociais e econômicos além da preservação e uso sustentável de uma das maiores riquezas do país, sua biodiversidade e o conhecimento de como utilizá-la.

Um exemplo da importância da bioeconomia está na aplicação da chamada Biotecnologia Industrial. Ela é responsável, dentre outros, pelo desenvolvimento de biocombustíveis, químicos de fontes renováveis e bioplásticos. Estima-se que, em 2030, o mercado global referente ao uso dessas tecnologias alcance um volume de 300 bilhões de Euros.

Outro exemplo está no uso sustentável de nossa megabiodiversidade. Ela é fator determinante para a estruturação da Bioeoconomia no País, criando uma vantagem comparativa sem igual no mundo. Soluções baseadas na natureza, novas biomassas, variedades agroalimentares e de microrganismos são exemplos de alguns dos benefícios advindos da biodiversidade. O açaí, o paricá, a macaúba, a carnaúba, o bambu, são alguns dos exemplos da biodiversidade brasileira com potencial de utilização pela Bioeconomia. A domesticação, melhoramento genético e caracterização dessas e outras variedades podem contribuir para a diversificação alimentar, agroindustrial e industrial do país. Mesmo com casos de relativo sucesso em biocombustíveis como etanol e biodiesel, e com um agronegócio que movimenta mais de 350 produtos em 180 países, o Brasil ainda carece de estratégias e políticas integradas e modernas para que de fato se torne um país central em Bioeconomia.

A interdisciplinaridade e a transversalidade na abordagem do tema da SNCT 2019 podem ser o diferencial para um projeto com grande impacto na sociedade brasileira, demonstrando que a popularização da ciência pode ser, de fato, utilizada como ferramenta para o desenvolvimento sustentável do país.

Perguntas orientadoras

  • O que é Bioeconomia? Como a Bioeconomia pode inaugurar novas frentes de desenvolvimento sustentável no Brasil e reduzir as desigualdades sociais e regionais do Brasil?
  • Quais são as principais cadeias produtivas do País? Como podemos torná-las mais sustentáveis? Como podemos agregar valor aquilo que já produzimos, criando novos produtos e serviços? Como a Ciência, Tecnologia e Inovação podem auxiliar nesse processo?
  • Quais são os produtos advindos da biodiversidade brasileira? Quais os setores produtivos que se utilizam de insumos de base biológica?
  • Como a pesquisa, desenvolvimento e a inovação podem contribuir para estimular a bioeconomia no Brasil?
  • Quais são os benefícios da bioeconomia? Quais impactos eles trazem para o país e para a população em geral?

Exemplos de assuntos que podem ser abordados na SNCT 2019

  • Bioeconomia e Cidades Sustentáveis: Como a bioeconomia pode contribuir com o desenvolvimento sustentável de sua cidade? Demonstração de atividades e projetos locais que contribuam para a sustentabilidade das cidades.
  • Bioeconomia e Mudanças Climáticas: a transição da economia fóssil para a economia de baixo carbono: quais são as alternativas renováveis para produção de origem fóssil, como combustíveis, químicos, plásticos? Como a bioeconomia pode ajudar no combate às mudanças climáticas? Cite exemplos de projetos de bioeconomia que ajudem a diminuir a emissão de gases de efeito estufa.
  • Bioeconomia e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Quais são as relações entre bioeconomia e os ODS?
  • Bioeconomia e Segurança Alimentar e Nutricional: Enfatizar o potencial para promoção da alimentação adequada e saudável por meio da circulação via cadeias curtas de comercialização-produção-consumo de alimentos e modelos alternativos de negócios (ex. compras públicas como programa de aquisição de alimentos e alimentação escolar, agricultura urbana e peri-urbana, hortas escolares, agroindústrias para agregação de valor à produção de minimamente processados, uso sustentável da biodiversidade/alimentos regionais/PANCS – plantas alimentícias não convencionais/ produção orgânica e agroecológica, em especial da agricultura familiar). Incluir desenvolvimento de tecnologias e métodos de plantio, irrigação, manejo, transporte, embalagem, armazenamento, compostagem que visem aproximar produtores-consumidores, promover produção e consumo justo e sustentável, que melhorem a saúde e qualidade de vida de produtores e consumidores, ampliem a participação ativa das pessoas em todo o processo, reduza a perda e desperdício de alimentos, etc. Valorizar experiências, tecnologias e conhecimentos tradicionais e populares para a promoção de dieta e produção sustentáveis, que preservem o meio-ambiente e reduzam os efeitos das mudanças do clima. Divulgar iniciativas de redes físicas, virtuais, nacionais e internacionais de boas práticas de preparação, produção, pesquisa/educação para o consumo saudável, de aproximação produtor-consumidor, como Rede Mesa Brasil SESC, Arca do gosto do Slow Food, Sistema de informação sobre a biodiversidade brasileira - SIBBR, Rede latino-americana de soberania e segurança alimentar e nutricional, rede ideias na mesa, mapa de feiras orgânicas do IDEC – Instituto de Defesa do Consumidor. Um exemplo prático é o projeto Alimergia: integra a produção de alimentos, energias renováveis e preservação ambiental através de uma nova concepção de relação sociedade natureza.
  • Biomassa: O que é biomassa? Quais biomassas brasileiras podem ser melhor aproveitadas? (elaboração de atividades envolvendo biomassa).
  • Bioprodutos: O que são bioprodutos? Quais as bases biológicas dos bioprodutos? Como criar novos bioprodutos? Quais os benefícios dos bioprodutos?
  • Biorrefinarias: O que são biorrefinarias? Como elas funcionam? Quais insumos são utilizados e quais produtos são gerados em uma biorrefinaria? · Cadeias Produtivas Sustentáveis: atividades que identifiquem os elos das cadeias e os principais desafios associados (alguns exemplos: borracha, bambu, açaí, café, algodão, entre outras). · Economia Circular: A Economia Circular busca a criação de novos modelos de negócio com o objetivo de manter produtos, componentes e materiais em seu mais alto nível de utilidade e valor durante a maior parte do tempo, contribuindo para a restauração do capital natural. Seu impacto é enorme, dada a profunda transformação em cadeias produtivas, onde não apenas os resíduos são reaproveitados e/ou geram subprodutos, mas a própria concepção de negócio se altera de modo a promover um modelo econômico regenerativo. Demonstração de projetos de economia circular.
  • História da Bioeconomia: Os seres vivos são importantes para a sociedade. Como a sociedade depende dos seres vivos para sua sobrevivência e para produzir bens e serviços? Quais foram os grandes saltos no desenvolvimento da Bioeconomia?
  • Nexus Água, Alimentos e Energia: Como a Bioeconomia pode melhorar a segurança hídrica, energética e alimentar do país?
  • Serviços Ecossistêmicos e valorização da biodiversidade: Como a Bioeconomia pode auxiliar na preservação dos ecossistemas brasileiros?
  • Soluções Baseadas na Natureza (SBN): são soluções vivas, inspiradas e apoiadas pela natureza, que fornecem benefícios ambientais, sociais e econômicos e ajudam a construir resiliência. Tais soluções trazem mais natureza para as cidades, paisagens terrestres e marinhas, por meio de intervenções sistêmicas, locais e eficientes em recursos.

Para maiores informações acerca do tema da Bioeconomia, sugerimos acessar o material disponibilizado abaixo:

  1. SILVA, Martim Francisco de Oliveira e; PEREIRA, Felipe dos Santos; MARTINS, José Vitor Bomtempo. A bioeconomia brasileira em números. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 47 , p. [277]-331, mar.. Disponível em https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/15383/1/BS47__Bioeconomia__FECHADO.pdf
  1. Confederação Nacional da Indústria. Bioeconomia: uma agenda para o Brasil. Brasília: CNI, 2013. Disponível em http://www.portaldaindustria.com.br/publicacoes/2019/4/bioeconomia-uma-agenda-para-brasil/
  1. Panorama da Bioeconomia no Brasil e Identificação das Áreas Estratégicas. Relatório Final. Brasília, DF: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2017. Disponível em https://www.cgee.org.br/documents/10195/734063/2665_Panorama+da+Bioeconomia+no+Brasil+e+Identifica%C3%A7%C3%A3o+das+areas+estrategicas.pdf/edef5bb2-2aa8-48dc-8002-be57cf1b688f?version=1.0

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